O RH que transforma negócios: você já virou essa chave?

Já vi RHs sendo peças-chave na estratégia de grandes empresas. E já vi outros sendo apenas suporte operacional. O que separa um do outro?

Essa pergunta tem sido um divisor de águas para mim. Durante anos, vi de perto RHs frustrados por não terem voz nas decisões estratégicas, enquanto outros conquistavam influência e credibilidade. Qual a diferença entre eles?

A diferença está no posicionamento e nas habilidades que o RH desenvolve ao longo da jornada. Não basta conhecer boas práticas de gestão de pessoas – é preciso conectar RH e negócio de forma concreta.

O RH que ainda não virou a chave
Se você já ouviu (ou disse) frases como estas, talvez seja hora de repensar sua abordagem:

❌ “Os líderes não entendem a importância do RH.”

❌ “Eles só nos procuram para apagar incêndios.”

❌ “Falta visão estratégica para gestão de pessoas.”

A verdade é que o RH só se torna estratégico quando passa a entender o negócio tão bem quanto entende de pessoas. Como esperar que a liderança valorize o RH se ele próprio não domina os desafios da empresa?

Ao longo da minha trajetória, percebi que os profissionais que realmente movem o negócio têm comportamentos muito específicos. Hoje, quero falar sobre dois deles.

1 – Escuta ativa e imune a julgamentos

A forma como o RH escuta define o impacto que ele terá no negócio.

Em conversas com líderes, é comum que os profissionais de RH já pensem na solução antes mesmo de entender a fundo o problema. Mas atuar assim pode levar a respostas automáticas e pouco eficazes.

Eu aprendi que há uma tríade essencial ao lidar com qualquer demanda:

Escuta → Ouvir atentamente, sem julgamentos ou vieses.

Decantação → Refletir antes de responder, evitando soluções precipitadas.

Proposição → Apresentar soluções embasadas. Nenhuma demanda pode ficar sem resposta ou plano de ação.

Otto Scharmer, na Teoria U, defende que a escuta profunda é a chave para inovação e mudança real. Quem ouve sem preconceitos e sem buscar respostas imediatas abre espaço para soluções mais transformadoras.

Agora pense: nas últimas conversas estratégicas que teve com a liderança, você realmente ouviu ou apenas esperou sua vez de falar?

2 – Curiosidade para entender o negócio além do RH

Se o RH quer ser visto como um parceiro estratégico, ele precisa primeiro falar a língua do negócio.

Não basta analisar indicadores de turnover ou engajamento – é preciso entender receita, margem de lucro, concorrência, desafios do mercado. Um RH que não conhece esses aspectos corre o risco de ser visto como um setor de suporte, e não como parte fundamental da estratégia.

Ram Charan, em Talent Wins, defende que os profissionais de RH devem dominar os números do negócio da mesma forma que um CFO domina os financeiros. O RH estratégico precisa olhar para os desafios empresariais antes de criar qualquer solução de gestão de pessoas.

O que eu considero essencial para ampliar essa visão:

Perguntar → Conversar com as lideranças sobre seus desafios reais.

Analisar dados além do RH → Como a empresa gera valor? Quais são os KPIs mais importantes?

Observar padrões → Como o negócio impacta as pessoas – e como as pessoas impactam o negócio?

Se o RH quer ter influência, precisa ter repertório.

A chave para a transformação

Aprendi que o RH que move o negócio não espera ser chamado para a conversa – ele se faz presente com dados, propostas e visão estratégica. Mas a mudança começa na forma como escutamos e no quanto entendemos do contexto da empresa.

Como você tem praticado a escuta ativa no seu dia a dia?

Quais ações você pode adotar para entender melhor o negócio da sua empresa?

No meu próximo artigo, vou falar sobre os outros três comportamentos essenciais que consolidam o RH como protagonista da estratégia. Até lá, quero saber: você já viveu situações onde a falta de escuta ou de visão de negócio impactou sua atuação?

 

Bárbara Diefenthaler

Gerente de Negócios na Movidaria e mãe do Arthur e do Enzo. Administradora por formação, sempre curti projetos que me ajudassem a conectar pessoas e negócios. Adoro viajar, conhecer novos lugares e planejar essas viagens! Gosto de uma boa conversa com amigos e se se ela for acompanhada de uma boa comida, fica ainda melhor!

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