Você é sênior?

“O que é ser sênior na Educação Corporativa?”

Essa foi uma pergunta que eu recebi e fiz nessa semana, numa conversa com uma profissional da área de aprendizagem.

Para além dos conhecidos job descriptions que frequentemente descrevem competências técnicas esperadas em cada nível de função dentro de uma empresa (júnior, pleno e sênior), eu quis provocar a gente a olhar quais seriam as atitudes que demonstram ou não senioridade em um profissional de educação.

“Mas pra que disso? Já não tá lá, no job description do meu cargo? É só seguir e fé… não inventa moda”…

…Se você pensou assim, eu discordo de você (e explico).

Ao longo dos 16 anos em que trabalho com educação nas empresas, já interagi com clientes dos mais diversos níveis de maturidade, conhecimento e repertório na área. Muitas dessas pessoas sendo exemplos quando os assuntos são teorias, modelos, práticas, metodologias e recursos de aprendizagem. Mas um bom punhado dessas mesmas pessoas não são reconhecidas como referências; não ganharam a projeção profissional que tecnicamente poderiam merecer.

Pode doer, mas é verdade:

Repertório técnico é base… mas não “ganha o jogo”.

E como faz para ser reconhecido como sênior?

Listo abaixo um dos presentes que a vida profissional me deu. Uma lista de comportamentos e atitudes que demonstram senioridade. Ela foi cocriada por várias mãos que estão e já passaram pela Movidaria.

(Talvez, aprimorar e/ou demonstrar com mais frequência algumas delas possa te deixar mais próximo(a) do objetivo de ocupar, de fato, essa cadeira e conseguir os retornos que ela pode te proporcionar):

1.Ter e usar as experiências variadas adquiridas no mundo do trabalho e em outras áreas da vida

“Caber em apenas uma “caixinha”, em pleno 2025, pode dar a sensação de conforto e segurança, mas pode também te aprisionar diante da diversidade presente ao nosso redor”.

2. “Ler” o ambiente e se comportar de maneira adequada

“Leitura de cenário deveria ser matéria de TODAS as formações universitárias”.

3. Apresentar objetividade em suas interações em qualquer parte de um projeto

“Se quer respostas claras, diga o que realmente quer dizer, o que quer das pessoas e por que quer”.

4. Propor soluções ou caminhos, gastando pouco tempo com justificativas

“Todo caminho proposto em um projeto é uma aposta. Decida, compartilhe e assuma os riscos (repertório se ganha fora dos livros e slides)”.

5. Gerar serenidade, respeito, confiança e resultados em trabalhos em grupo

“Desafiador (sempre), pois nem sempre ouvimos o que realmente o outro disse, mas sim o que os nossos vieses, medos, vontades querem ouvir”.

6. Apresentar claramente o que precisa ser feito, porque precisa ser feito e como fazer

“Sabe o que precisa ser feito? Diga e ouça os feedbacks. Comunique o motivo, a causa-raiz, para conseguir mobilizar os outros. Sabe como fazer? Teste. Não sabe? Peça ajuda (e a aceite como vier)”.

7. Ter humildade

“Quem diz que sabe tudo, quem começa sempre acertando… ou está mentindo ou está com medo do desconhecido”.

8. Tomar decisões e assumir riscos

“(De forma bastante simplista, mas objetiva) A capacidade e a coragem de transformar o ideal em real é o que separa o júnior do sênior”.

9. Dar e receber feedback com serenidade e assertividade

“Sem a cultura de perceber oportunidades de melhoria, dar e receber feedbacks ainda estaríamos alugando fitas em locadoras e precisando entregá-las rebobinadas (Momento revelando a idade)”.

10. Assumir papéis que reforcem a percepção de senioridade durante as interações com o cliente (no seu caso, clientes internos)

“Gostemos ou não, inicialmente, pessoas julgam em segundos pelo que a sua imagem, postura e falas comunicam. Nem sempre o mais intelectual da sala é percebido como o mais sênior”.

 

Cauê Vicente

Sócio/Gerente de Negócios na Movidaria e psicólogo. Curto cozinhar, comer bem, sou fã do Tarantino e atleta amador de tênis de mesa.

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